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O que é carência no INSS? Entenda como funciona!​

A carência do INSS é um dos requisitos exigidos pelo INSS para a concessão dos benefícios previdenciários, como aposentadorias programadas e benefícios por incapacidade para o trabalho.

Muitas pessoas se preocupam apenas com o tempo de contribuição para conseguir um benefício junto ao INSS e acabam se esquecendo dos demais requisitos, como carência mínima e qualidade de segurado, e, com isso, acabam tendo o pedido negado.

Por isso, nossa equipe especializada em benefícios previdenciários preparou um artigo com as principais informações que você precisa ter sobre como conseguir a carência mínima exigida pelo INSS.

Neste texto você encontrará:

O que é carência no INSS?

A carência mínima no INSS corresponde a quantidade mínima de contribuições em dia que o segurado precisa realizar para ter direito aos benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade, entre outros. 

A carência mínima do INSS é parecida com a carência dos seguros, em que você assina o contrato, mas só tem acesso a alguns benefícios após pagar uma certa quantidade de parcelas.

Com a carência é a mesma coisa, você inicia as suas contribuições, mas para ter acesso a alguns benefícios, precisa pagar o INSS em dia e completar a quantidade mínima de meses pagos em dia.

Qual a diferença entre tempo de contribuição e carência?

O tempo de contribuição e a carência mínima estão relacionados, mas a grande diferença está na forma de contagem do tempo de pagamento ao INSS.

O tempo de contribuição corresponde a todas as contribuições que o segurado fez para o INSS, ou seja, o período total que ele passou recolhendo o INSS.

Já a carência corresponde a quantidade de contribuições em dia e consecutivas que o segurado precisa ter para conseguir alguns benefícios previdenciários.

Como funciona a carência do INSS?

O que não conta como carência?

Infelizmente, nem todo o período que o segurado tem de contribuição ao INSS, vai ser contado para a carência mínima, por isso é preciso ter atenção, principalmente se você está contando com esses períodos para completar os 180 meses exigidos na aposentadoria por idade.

Alguns períodos que não são considerados na carência mínima:

  • Tempo de serviço militar até a Reforma da Previdência;
  • Tempo de atividade rural antes de 11/1991;
  • Contribuição em atraso feita com perda da qualidade de segurado;
  • Período indenizado do segurado especial após 11/1991;
  • Período de recebimento de auxílio-acidente ou auxílio-suplementar;
  • Período de aviso prévio indenizado;
  • Meses de recolhimento abaixo do salário mínimo;
  • Recebimento do auxílio-doença sem ter sido intercalado com contribuições ao INSS (para que conte, precisa ter uma contribuição previdenciária antes da concessão e após o término do auxílio-doença);
  • Período de recebimento de salário-maternidade;
  • Contribuições feitas abaixo do salário-mínimo vigente.

Como é feita a contagem da carência?

A contagem da carência mínima é bem simples: realizou o pagamento do INSS, seja como empregado, facultativo, individual ou MEI, adquiriu 1 mês de carência. Ou seja, a cada contribuição feita em dia, o segurado adquire mais um mês de carência mínima.

Quais benefícios do INSS que exigem carência?

Existem 4 tipos de benefícios no INSS que exigem uma carência mínima: auxílio-doença, aposentadoria por incapacidade temporária, auxílio-reclusão e aposentadorias programadas.

Vamos entender melhor qual o tempo de carência exigido em cada benefício:

Auxílio-doença: 12 meses de carência

Para ter direito ao auxílio doença, o segurado precisa ter 12 meses de contribuição ANTES da constatação da incapacidade temporária para o trabalho. 

Veja, o segurado pode ficar doente antes dos 12 meses, mas a incapacidade laboral deve ser constatada após os 12 meses.

Claro que existem exceções, no caso de acidentes de qualquer natureza, doenças ocupacionais e doenças graves, o segurado fica isento de comprovar a carência mínima exigida.

Aposentadoria por invalidez: 12 meses de carência

A aposentadoria por invalidez usa a mesma regra do auxílio-doença: exige 12 meses de contribuição em dia para a carência mínima e garante a isenção no caso de acidentes de qualquer natureza, doenças ocupacionais e doenças graves.

Auxílio-reclusão: 24 meses de carência

A partir de 18 de junho de 2019, para que os dependentes do segurado que foi preso em regime fechado tenham direito ao auxílio-reclusão, é preciso comprovar que ele tinha 24 meses de carência antes de ser preso.

Para quem foi preso antes de 18 de junho de 2019, não é necessário comprovar a carência mínima, já que não existia uma lei que determinasse esse requisito.

Aposentadoria programada: 180 meses de carência

No caso da aposentadoria por idade, o INSS exige um total de 180 meses de contribuição, que dá o total de 15 anos.

Esse período pode ou não corresponder ao tempo de contribuição exigido para a aposentadoria, para confirmar isso é preciso realizar uma consulta previdenciária junto ao INSS.

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Quais benefícios do INSS não exigem carência?

Agora, existem benefícios do INSS que não exigem um tempo mínimo de carência, eles exigem apenas que o contribuinte tenha a qualidade de segurado (esteja contribuindo com o INSS no momento determinado em cada benefício):

  • Pensão por morte (neste caso, é preciso deixar claro que se o segurado falecido tiver menos de 18 contribuições ao INSS, a pensão por morte será paga por apenas 4 meses aos segurados);
  • Salário-família;
  • Auxílio-acidente;
  • Salário-maternidade para todas as seguradas.

Como não perder a carência do INSS?

Não existe um segredo quanto a carência mínima do INSS, para não perder o tempo que já foi adquirido, o segurado precisa continuar contribuindo regularmente com o INSS.

Para ficar mais claro, vamos pegar o exemplo do Fernando, ele trabalhou registrado por 16 anos em uma empresa.

Fernando pediu demissão em janeiro de 2022 e decidiu trabalhar como autônomo, mas sem abrir MEI ou contribuir com o INSS.

Em dezembro de 2024, Fernando começou a sentir muitas dores nas costas e, em fevereiro de 2025 ficou acamado em razão da dor, não conseguindo trabalhar.

Por ter contribuído por 16 anos ao INSS, Fernando achou que teria direito ao auxílio-doença, mas teve o seu pedido negado por falta de qualidade de segurado e por falta de carência mínima.

Veja, o seu Fernando ficou mais de 2 anos sem contribuir com o INSS e, por isso, deixou de estar amparado pela seguridade social.

Para recuperar os dois requisitos, o seu Fernando vai precisar voltar a contribuir com o INSS mensalmente.

Mas aí vem a pergunta mais importante nesse assunto: será que o seu Fernando não consegue pagar esses dois anos em atraso para ter direito ao benefício?

A resposta é não, o seu Fernando pediu demissão em janeiro de 2022, ele teve 24 meses de período de graça, o que significa que ele ficou protegido pelo INSS até janeiro de 2024.

Em fevereiro de 2025, ele já havia perdido a qualidade de segurado, então se ele fosse pagar esses 3 anos em atraso, esse período só seria considerado para o tempo de contribuição e não para a carência mínima, que é o que ele precisa.

Como comprovar carência de contribuição INSS?

A carência é comprovada por meio de documentos que demonstram o pagamento em dia do INSS. É preciso ter atenção quanto ao valor da contribuição, ela deve ser feita sobre o salário mínimo vigente, se o valor for inferior, ele não será computado nem para carência e nem para o tempo de contribuição.

Quanto tempo posso ficar sem pagar o INSS sem perder a carência?

Para a carência mínima, o INSS irá considerar os períodos de contribuição anteriores ao pedido. Ou seja, para o auxílio-doença, é preciso ter 12 meses de contribuição em dia para ter o benefício comprovado.

Assim, não existe um tempo que o segurado pode ficar sem pagar para manter a carência, ele vai precisar comprovar o pagamento do tempo mínimo exigido.

Agora, no caso da qualidade de segurado é diferente. Quem deixa de contribuir com o INSS, não perde os direitos automaticamente, fica protegido pelo período de graça que pode durar de 6 a 36 meses, a depender do caso.

Mas, atenção, quem está protegido pelo período de graça pode realizar a contribuição em atraso desse período para completar a carência mínima exigida.

Agora, se o segurado não está mais no período de graça, não vale a pena pagar as contribuições em atraso, já que elas não vão contar para a carência mínima.

Nesse caso, a melhor opção é voltar a contribuir regularmente com o INSS.

O que fazer quando falta carência no INSS?

Se o segurado ainda não completou a carência mínima existem duas opções: verificar se o caso dele se encaixa em uma das exceções da carência mínima (acidente, doença ocupacional ou doença grave) ou continuar contribuindo com o INSS até completar a carência mínima exigida.

Como recuperar a carência do INSS?

Basta voltar a contribuir para o INSS e realizar os pagamentos em dia para completar a carência mínima exigida nos benefícios por incapacidade temporária.

No caso da aposentadoria programada, os períodos de pagamento em dia serão somados para completar a carência mínima de 180 meses.

Conclusão

No artigo de hoje, descobrimos a importância da carência mínima no INSS. Vimos que é um requisitos que, se não cumprido, pode negar o direito a diversos benefícios, como aposentadorias e auxílio-doença.

Vimos, também, como conseguir a carência mínima, quais benefícios exigem a carência, quais não exigem. Como contar o tempo de carência e como comprovar a carência mínima.

É muito importante que o segurado busque auxílio especializado para analisar o seu direito, então se você estiver com dúvidas sobre o seu benefício previdenciário, procure um escritório especializado.

Com quase três décadas atuando na defesa de direitos previdenciários de milhares de pessoas pelo país, nós, da Schmitz Advogados, acreditamos na importância de estabelecer uma relação de confiança com nossos clientes.

A Schmitz Advogados preza pela qualidade do trabalho oferecido a você e pelo compromisso com seus direitos.

Atendemos online ou presencialmente em uma de nossas três unidades, da forma como você preferir.

Perguntas frequentes sobre carência do INSS

Antes de finalizar a nossa conversa, nossa equipe separou as 4 perguntas mais feitas ao Google e respondeu para você.

O que quer dizer ter 180 meses de carência?

Ter 180 meses de carência no INSS significa que o segurado realizou 180 meses de contribuições previdenciárias em dia (sem atraso). 180 meses correspondem a 15 anos.

O que fazer se tenho tempo de contribuição mas não tenho carência?

Nesse caso só há uma saída: continuar contribuindo com o INSS para completar a carência mínima exigida. É preciso fazer uma consulta com um especialista antes de realizar o pagamento para confirmar qual o valor que deve ser pago para não diminuir o valor da aposentadoria.

O que significa falta de período de carência no INSS?

Significa que o segurado não atingiu a quantidade mínima de contribuições em dia exigidas pelo benefício e, por isso, não completou a carência mínima.

Como saber se tenho carência no INSS?

Para saber se você tem a carência mínima exigida, baixe o seu CNIS no site do MEU INSS e verifique se existem as 12 ou 24 contribuições anteriores ao mês que você está.

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Marília Schmitz

Especialista em Direito Previdenciário com escritórios no Rio Grande do Sul e Espírito Santo. (OAB RS 079915)

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